quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Seja um professor, se realmente gosta da profissão e se preocupa com a Educação

Fonte: www.mec.gov.br

Não sei e nem quero saber quantos milhares de professores se formam todo ano no Brasil. Não gosto de estatísticas. O que me deixa intrigada são as condições desses professores e sua disponibilidade em atuar verdadeiramente no magistério. Discursos-clichê como “magistério não é sacerdócio”, “professor não faz voto de pobreza” e outros tantos parecidos têm até alguma coerência. Mas também não quero falar sobre isso. Tenho muitas perguntas sem resposta na cabeça. Gostaria muito de que alguém me dissesse por que, verdadeiramente, quis ser professor.
Fico preocupada quando vejo a campanha do MEC veiculada na tevê, conclamando as pessoas a se tornarem professores. Parece que qualquer pessoa pode exercer a profissão. Basta fazer uma graduação com licenciatura – ou não – e entrar em sala de aula. Assim: digamos que alguém queria muito ser médico. Não passa de jeito nenhum no vestibular para Medicina; aí faz Biologia e pronto! Em virtude de uma frustração, eis aí mais um professor. Se tem alguma vocação, se aprecia pedagogia, se a avaliação formativa é importante ou não, isso tudo não significa nada! Aquele que queria ser médico, que queria ser um engenheiro químico, ou o que queria ser  advogado vai se tornar professor devido, única e exclusivamente, a sua incompetência e, frustrado, vai descontar em cima daqueles que não têm culpa nenhuma.
Quando surge um concurso público, aí é o  auge da coisa! Concurso para o magistério: O edital é claro: o salário é uma merda, vai querer? Todo mundo quer! É a bendita estabilidade! É o funcionalismo público! É a “molezinha”. Faça o concurso e seja aprovado. Se for classificado, ótimo. Se não for, fique rezando para que chamem mais do que o esperado. Agora vem o mais interessante: se o candidato não for aprovado, ele torce, reza, faz promessa, apela de tudo quanto é jeito para que alguma questão seja anulada e ele alcance a aprovação.
É essa mesma pessoa que depois vai para a sala de aula ensinar alguma coisa a alguém. Eu até acho engraçado. Pessoas sem compromisso nenhum com a Educação estão assumindo turmas e sentem um prazer sádico em reprovar  alunos e reclamar de tudo e de todos. Depois vão para a internet fazer a revolução. Sim, o protesto é on line. Calma, calma, calma! Eu sei, eu reconheço que o salário é ruim. Tanto sei que estou tentando trocar de carro e não consigo, mas meus alunos não têm culpa disso! Ninguém é obrigado a ser professor. Topou fazer concurso, assinou, quando tomou posse, que estava ciente de tudo, mas mesmo assim reclama que tudo é ruim, menos ele mesmo. Pessoas que não sabem discernir uma coisa da outra. Pessoas que dizem: “sou professor e não educador” não conseguem alcançar o significado de EDUCAÇÃO nesse contexto.
Ignore, por favor, a campanha do MEC. Não seja um professor se a educação não lhe interessa. Estude mais para outros concursos. Deixe as vagas para quem realmente curte a profissão, para quem é realmente engajado, para quem alcança o verdadeiro sentido da Pedagogia. 

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